The HPV-Automated Visual Evaluation (PAVE) Consortium is validating a cervical screening strategy enabling accurate cervical screening in resource-limited settings. A rapid, low-cost HPV assay permits sensitive HPV testing of self-collected vaginal specimens; HPV-negative women are reassured. Triage of positives combines HPV genotyping (four groups in order of cancer risk) and visual inspection assisted by automated cervical visual evaluation (AVE) that classifies cervical appearance as severe, indeterminate, or normal. Together, the combination predicts which women have precancer, permitting targeted management to those most needing treatment.
We analyzed CIN3+ yield for each PAVE risk level (HPV genotype crossed by AVE classification) from nine clinical sites (Brazil, Cambodia, Dominican Republic, El Salvador, Eswatini, Honduras, Malawi, Nigeria, and Tanzania). Data from 1832 HPV-positive participants confirmed that HPV genotype and AVE classification each strongly and independently predict risk of histologic CIN3+. The combination of these low-cost tests provided excellent risk stratification, warranting pre-implementation demonstration projects.
Mental health in the Mbya Guarani population: Analysis of cultural practices in search of well being
INTRODUÇÃO
Atualmente, segundo dados do governo, mais de 30,4 mil habitantes vivem no território indígena Yanomami, a maior reserva indígena do Brasil. A situação de saúde dessa população é alarmante, especialmente desde que, em 20 de janeiro de 2023, foi declarada Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para enfrentar a desassistência sanitária das comunidades no território Yanomami. Entre os fatores críticos estão a invasão da Terra Indígena Yanomami pelo garimpo ilegal,
que tem gerado alta contaminação por mercúrio, afetando diretamente a saúde de crianças e mulheres e agravando o cenário de saúde pública. A exploração do garimpo, as queimadas e as mudanças climáticas interferem diretamente no conceito de Bem-Viver dessa população, que possui uma relação intrínseca com seu ecossistema. Os meios de subsistência dos Yanomami dependem da natureza, com atividades de pesca, agricultura e caça sendo essenciais para sua sobrevivência.
Além das consequências ambientais, a crise no Bem-Viver emergente entre os Yanomami reflete múltiplos fatores, incluindo deslocamentos forçados e perda de território. As práticas tradicionais de cuidado, fundamentais para a coesão social e o bem-estar da comunidade, estão sendo ameaçadas, resultando na presença constante de agentes externos e na interrupção da vida cotidiana tradicional.
MÉTODO
Para implementar ações de Saúde Mental e Apoio Psicossocial (SMAPS) neste contexto, formou-seuma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, antropólogos, mediadores interculturais, promotores de saúde e agentes indígenas de saúde, além de líderes comunitários e xamãs locais. Essa colaboração entre diferentes atores permite uma visão abrangente do contexto, possibilitando o desenvolvimento de ações que respeitem e integrem o conceito de Bem-Viver Indígena. O principal ponto de partida para a implementação das ações foi o deslocamento do papel do psicólogo em território, visando superar a lógica biomédica que permeia o modelo ocidental de psicologia, frequentemente abordando os cuidados de forma individual e patologizante. Nossa meta foi construir um espaço de atuação que ressoe com a cosmologia e as práticas de cura do povo Yanomami. Para alcançar esse objetivo, foi fundamental partir do conhecimento do contexto e da criação de vínculos com as comunidades. Isso foi realizado por meio da Cartografia do Território, uma estratégia grupal que, através da participação ativa da comunidade, propõe a análise das necessidades de saúde explícitas e implícitas, além de buscar a compreensão de como as pessoas ocupam e interagem no território. A construção de relações de confiança com os atores comunitários ocorreu por meio de reuniões periódicas para planejamento, avaliação e implementação das ações de SMAPS. Ademais, o apoio antropológico desempenhou papel fundamental, atuando como base norteadora para a leitura social, permitindo a compreensão das noções culturais de corpo e saúde, das relações de parentesco, bem como dos rituais e cerimônias comunitárias do povo Yanomami.
RESULTADOS
A partir do conhecimento do território, foi possível redirecionar as ações de Saúde Mental e Apoio Psicossocial (SMAPS), com o objetivo de tecer redes de apoio comunitário, promover o cuidado coletivo e fortalecer os atores locais. As ações foram orientadas pelo acompanhamento de famílias que apresentavam sofrimento mental, resultando na realização de 333 consultas psicológicas 1 individuais e familiares em 2024. 2 Adicionalmente, foram conduzidos 154 grupos psicossociais
focados no fortalecimento comunitário e no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento, com a participação de 2.044 pessoas. A metodologia que norteou essas ações considerou a linguagem e os conceitos que fazem sentido para a população Yanomami, os fatores organizadores da vida social Yanomami, tais como: relações de parentesco; relações comunitárias e intercomunitárias; rituais e cerimônias; sonhos; relação com a terra; e responsabilidades sociais. Além disso, foram identificadas
as formas de expressão do sofrimento mental trazidas pela comunidade, o que permitiu uma abordagem mais alinhada ao contexto de atuação. No nível comunitário e em articulação com o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Yek'wana, foram alcançados diversos resultados, incluindo a criação do Núcleo Multidisciplinar na
CASAI-YY, a formação do Comitê Psicossocial em território e a elaboração de uma cartilha sobre o Uso Prejudicial de Álcool em conjunto com os homens Yanomami. Também houve o fortalecimento das capacidades locais, por meio do apoio técnico aos psicólogos do DSEI-YY, da apresentação de novas metodologias de atuação e do reconhecimento do trabalho do psicólogo pelas comunidades.
CONCLUSÃO
A consideração das realidades culturais e sociais é fundamental no desenvolvimento de ações em Saúde Mental e Apoio Psicossocial. Isso destaca a necessidade de promover o Bem-Viver entre os povos indígenas como um esforço conjunto, que requer a participação ativa da comunidade e a colaboração entre profissionais de diversas áreas. A atuação junto ao Povo Yanomami evidenciou os impactos sociais resultantes da invasão do território e das mudanças climáticas, ressaltando a
interdependência entre o ecossistema e o bem-estar das comunidades indígenas. Dessa forma, as experiências e aprendizados adquiridos durante esse processo podem servir como modelo para futuras ações em contextos semelhantes, contribuindo para a saúde e o bem-estar das populações indígenas
Given the relevant prevalence of mental health problems in Mbyá Guaraní indigenous population and the lack of specific information for a more effective care in these communities, it is necessary to delve into their conceptions on mental health, illness and their use of therapeutic systems. Positive associations of the indigenous conception of well-being and certain cultural practices are found in the literature.
The aim of this work is to synthesize the existing literature on conceptions of mental health, illness, cultural practices, and use of therapeutic systems in the indigenous population. A systematic search of the existing literature was carried out in order to review findings on the conceptions of mental health in indigenous population. The databases used were Pubmed, Cochrane Library, Scielo, and Redalyc. The findings show that the conception of mental health is closely related to the idea of well-being or good living, disease is conceived as disease of the spirit; and because of the variability of its causes, indigenous people resort to different types of care, including self-care in the first place, consultation to the Opygúa and medical advice from the white doctor on some problems for which medication can prove effective.
Early integration of pediatric palliative care (PPC) for children with cancer is critical to improving the quality of life of both the patient and family. Understanding physician perceptions of palliative care and perceived barriers to early integration is necessary to develop PPC in Brazil.
METHODS
The Assessing Doctors' Attitudes on Palliative Treatment survey was modified for use in Brazil. The survey was open from January 2022 to June 2022 and distributed to physicians of all specialties from participating institutions who treat children with cancer. Statistical analysis was complemented by qualitative analysis of open-ended responses.
RESULTS
A total of 272 respondents participated. Most respondents reported access to PPC experts for consultation (77.2%) and 34.5% indicated previous palliative care training. Physician knowledge of PPC was generally aligned with WHO guidance (median alignment, 93.0%; range, 80.5%-98.2%). However, about half (53.3%) felt comfortable addressing physical needs of patients receiving PPC, 35.3% addressing emotional needs, 25.8% addressing spiritual needs, and 33.5% addressing grief and bereavement needs. Most respondents (65.4%) felt palliative care should be involved from diagnosis, but only 10.3% stated that this occurred in their setting. The most important barriers identified were physician discomfort (89.0%), limited physician knowledge (88.6%), and lack of home-based services (83.8%).
CONCLUSION
Despite a strong understanding of the role of palliative care, physicians in Brazil reported low confidence delivering PPC to children with cancer. Additionally, physicians generally believed that PPC should be integrated earlier in the disease trajectory of children with cancer. This work will direct educational and capacity building initiatives to ensure greater access to high-quality PPC for children with cancer in Brazil to address patient and family suffering.